terça-feira, maio 18, 2004

Feira

O costume transforma a mais bela das cenas em uma imagem borrada pelas tintas do cotidiano.

Uma grande praça coberta por barracas de madeira repletas de legumes, frutas, verduras, peixes e ervas de todas as cores, de todos os cheiros. Um rasgo no cenário diário da cidade que se abre apenas uma vez por semana e onde circulam todo tipo de pessoas; do feirante à velhinha aposentada e viúva passando pelos pais novatos que levam o bebê de colo

- Limão, maracujá, alho, patroa?

- Olha a laranja lima docinha! Lote de pomcam só um Real! Ai meu pé! Vai um aipim, tá uma manteiga! Ó a espiga, é para acabar! Tem troco para dez?

E as vozes se misturam na enebriante cacofonia de cheiros e sons e imagens para, em algumas horas, sumir sem deixar traço até que outra terça-feira alcance aquela praça.