segunda-feira, maio 31, 2004

Delirium V *

A dança de fragmentos ao vento prossegue pela encosta de um morro próximo acompanhada pelas ondas verdes da vegetação. Cães de rua saltam no meio do turbilhão caçando folhas como se fossem pequenos pássaros ou perseguem os próprios rabos.

Atrás de uma árvore, sob o que parece ser a sombra de um grande chapéu de mosqueteiro brilha um olhar desconfiado. Mas isso só dura um instante, depois apenas um vulto se precipita agilmente morro a baixo enquanto as águas da Rodrigo de Freitas se arrepiam ante a passagem do vento frio que faz o rapaz às margens fechar mais o casaco desfarçando o frio que sente na esperança de impressionar a bela moça que passa!

Entre o frio e o deleite ele sequer nota os pássaros que voam alto no céu, mas que o menino de rua cheirando cola abaixo de uma árvore próxima vê como peixes coloridos voadores...