quarta-feira, dezembro 18, 2002

Costumes tropicais

Rio de Janeiro, centro da cidade, uma hora da tarde, horário solar: meio-dia. Os raios do sol intenso de verão já imprimem sua marca nos termômetros da cidada que marcam 34 graus celsius. Saio da estaçào Carica do Metrô acompanhando a multidão que se choca junto comigo com o bafo quente dos trópicos intensificado pelas torres de concreto e mal aliviado pelas parcas árvores (que para a maioria dos estrangeiros são uma floresta).
Protegido pela lente amarela de um óculos de sol vejo o mundo com outras cores. O suor na pele brilha mais, as camisas molhadas de suor apresentam contrastes mais intensos. Os ambulantes buscam a sombra amarelada das marquises, na portaria de um prédio um boneco de neve amarelo observa este mundo de chamas amarelas, bem ao lado de um homem exageradamente agasalhado em roupas vermelhas, gorro e barba.
Pressões culturais, econômicas e de marketing criam as mais absurdas ironias. Só me pergunto quantos bonecos de neve e papais noéis carregamos dentro de nós para nos inserirmos em nosso contexto socio-cultural... É muito fácil se perder da sua essência.