domingo, abril 20, 2003

Labirintos

Friburgo logo acordará, duas e meia, três e meia de madrugada e o carro ainda vaga perdido sobre os paralelepípedos de ruelas secundárias e escuras. Casas silenciosas de dois andares assistem a passagem tímida e insegura do veículo, aqui ou ali um moderno condomínio de casas se faz notar pelas luzes fortes e guaritas guarnecidas com seguranças sonolentos. A cada 100 metros três novos cruzamentos embolam o labirinto de ruas. O alvorecer se aproxima, mas quem se importa?
Dentro do carro de vidros abertos a conversa animada dos três amigos invoca o calor da primavera em contraste com o frio vento de outono que insiste em se insinuar. Curiosamente a conversa vaga por labirintos de ruelas estreitas e noturnas da vida onde tudo dorme, mas atrás das janelas luzes pálidas denunciam ânimas ansiosas pelo calor de uma pousada povoada de amigos e o som do violão.