domingo, novembro 03, 2002

Ágoras Modernas

Ágora é praça gente! Quando o sujeito quer parecer diferente e não sabe como ele arranja uma palavras doidas e manda ver... Crente que está abafando! ;-)
Na verdade era uma praça diferente, grega, entende? Tudo é diferente quando há um oceano a nos separar! Eram centros de mercado, e por isso tem gente que diz que os shoppings são as ágoras modernas, besteira! Também era onde aconteciam assembleias populares, tipo a Cinelândia aqui no Rio.
Pessoalmente sempre gosto de pensar nas ágoras como algo mais prosaico! Aquela pracinha no velho Bairro Peixoto onde acontecia a feira no domingo, onde as crianças (inclusive eu) jogavam búlica ou andavam de patins e os velhinhos disputavam suas damas, de tabuleiro!
Como não sou Casimiro de Abreu (Oh! Que saudades que tenho, da aurora da minha vida) realmente acho as ágoras modernas mais interessantes! Não são assim, tão diferentes, hoje mesmo vinha entrando nos jardins do Museu da República e lá estavam os balcões com revistinhas. Antes eram do Tio Patinhas ou do Mickey, agora são Sakuras e Vagabonds e mangás para todos os gostos. Mais adiante uma horda de metaleiros, camisas negras, correntes, maquiagem pesada neste belo dia de sol primaveril! E todos gritando como qualquer criança de 16 anos de short sujo e blusa esgarçada. Só um pouqinho mais à frente vemos uma esposição de fotos e logo adiante dezenas de velhinos cantam as músicas da sua juventude.
Ah! Isto sim é uma ágora!
Os jovens metaleiros, é verdade, envergonham os metaleiros originais, mas estão ali, buscando seus caminhos, encontrando com seus iguais para falar de mangá, RPG, música e, nas entrelinhas, bem nas entrelinhas, talvez, sobre rumos...
Os velhinhos nos trazem a inevitável e assustadora pergunta: o que tocarão os velhinhos dentro de trinta anos?