quarta-feira, agosto 04, 2004

Um cálice de absinto, por favor...

Tive um conhecido que se poupava. O tempo todo se poupava! Não abria portas pesadas, não levantava nada que exigisse qualquer esforço, não fazia nada que provocasse suor... Era um sujeito de uns quarenta anos, mas tinha a disposição de um senhor de setenta... destes que não vai bem da saúde!

É... Poupar-se cansa!

Então entramos em shows de música, peças de teatro (quando entramos!) ou filmes onde vemos mais no mesmo, quanto menos nos surpreender na forma melhor! Poupamos nossos sentimentos, deixamos orgulhosamente se atrofiarem nossa criatividade e capacidade de deslumbramento... Acabamos carregando almas cansadas!

Ah! Mas quando o próprio artista se deixa poupar, se entrega às espectativas do público fazendo ouvidos moucos para sua própria criatividade, então temos atrofia do melhor remédio para as almas cansadas e poupadas dos espectadores: A cultura!

Felizmente há gente como Denise Stoklos, Chicas, Zé Renato, Paula Águas e tantos outros que dão ouvidos. Foi deles que falei no artigo que citei no post anterior...

Então, vai sempre de absinto ou aceita uma caneca de café de vez em quando?